domingo, 19 de setembro de 2010

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Hoje presenciei sua partida, algumas palavras duras jogadas ao vento, o coração gritando o contrário, uma voz baixinha aqui dentro dizendo: "Não faz isso!!! Não permita!!!". O orgulho dizendo "Diga como você está, como está se sentindo". As palavras foram jorrando... As vozes se exaltando, o coração sangrando, se partindo em mil pedaços, em algumas partes da conversa... a respiração presa, o desejo lá no fundo de ser interrompida com um "não vivo sem você", mais nada disso aconteceu em nenhuma das partes... verdades foram jogadas na cara... e outras coisas nem tão verdades assim... e a alma agonizando... premeditando o fim... frases repetidas inúmeras vezes na tentativa de tornar mais evidente a dor... mais impactante o estrago... e as feridas foram sendo reabertas... e novas sendo criadas... palavras duras que martelam na cabeça até agora... a tentativa de manter a voz firme... pra não transparecer a real fraqueza do ser... então o tom foi diminuindo até se tornar um sussurro... quase dava pra ouvir a alma gritando: "Por favor, não desista de mim!!! Não desista de mim!! Não desista de mim!! Não desista de mim!! Não desista de mim!!..."
Então a palavra final, a última que saiu lá do fundo do ser... transpondo a barreira de alma que lutava desesperadamente pra permanecer viva, mais fraca o suficiente pra não conter o grito agonizante de dor "ACABOU". No fim, restou apenas eu e minha alma dilacerada, sentada no chão do quarto olhando pro céu pela janela a espera de um milagre, ou de uma mão divina arrancando toda a dor, as perguntas vindo como ondas, "Onde errei?" "O que fiz de errado?", mas resposta nenhuma obtive, pois só restavam... eu... o silêncio... e o céu.

Autoria: Júlia Monteiro

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