domingo, 19 de setembro de 2010

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Restos de mim...


Hoje foi o fim, sai de cabeça erguida e passos firmes
Ouvir nas minhas costas: Hei olha pra mim
Virei com sorriso nos lábios e coração em pedaços
E vi o mesmo sorriso estampado no rosto
E me perguntei se por dentro ele estaria aos pedaços
Ouvir um discurso de felicidade
Felicidade essa que eu não faria parte
E fingi que seria assim comigo também
Que tocaria minha vida
E conseguiria a minha felicidade sozinha
Coisas vividas em anos foram sendo desfeitas
Desfeitas por coisas não ditas
E por toques não sentidos
O meu sorriso permaneceu firme
Apenas um leve tremor traia a minha dor
Se foi notado? Não, não foi
E então virei novamente, cabeça erguida
Deixei pra ele a minha última visão
As minhas costas, passos firmes, decididos
E então permiti as lágrimas
Que saltaram por meu rosto como rios de sangue
Era mais do que lágrimas
Era a minha alma sendo expulsa
E ela escorria por minha face
Como pequenos fragmentos de cristais
Uma prece silenciosa ecoava por dentro de mim
O que restava da alma queria voltar
Mas eu segui firme
Sentindo seus olhos queimando minhas costas
Segui firme até não sentir mais nada a não ser frio
Mas eu segui
Se é o fim de tudo não sei
Talvez seja apenas o início
Talvez eu volte e grite a minha dor
Mas hoje não, hoje estou aqui
Longe de tudo o que me atinge
Na louca tentativa de me recuperar
Estou aqui ainda com um fio de esperança
Que você volte pra dizer que foi um engano
Que não vive sem mim
Se voltar não demora muito
Pois poderá encontrar apenas...
Restos de mim.

Autoria: Júlia Monteiro

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